segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Momento Empresarial


Neste final de semana fiquei pensando no que poderia escrever para segunda-feira, a seção Momento Empresarial.

Algumas ideias vieram à minha mente, entretanto, a reunião que tive com um grande empresário proporcionou-me um questionamento sobre o papel do empresário moderno. Daí, resolvi fazer uma analogia entre os papéis de um empresário e de um maestro.

Antes, porém, vou dissertar sobre o que significa a palavra maestro. Afinal, qual o papel do maestro? 

Regente - ou maestro, nome italiano pelo qual é mais conhecido -, é um profissional pouco compreendido. Muitos se perguntam para que serve aquela figura de casaca, que fica gesticulando à frente de um grupo de músicos, que mal parecem dar-lhe atenção.

Outras perguntas têm sua origem na mesma incompreensão:

1. Se os músicos conhecem a música e têm a partitura, então, para que é preciso um condutor?

2. Para que serve aquele "pauzinho", cujo nome correto é batuta, sacudido por ele o tempo todo?
3. Por que ele é o mais aplaudido quando o concerto acaba se ele não tocou nada?

Respondendo a estas perguntas, poderemos entender um pouco mais a respeito desta figura quase folclórica e desfazer alguns conceitos equivocados.

Resposta 1: de fato, a partitura contém todas as indicações necessárias para se tocar as notas da música. Entretanto, não devemos confundir a música com as notas que a compõem. Quando comparamos uma mesma música executada por dois cantores, ou instrumentistas diferentes, podemos diferenciar a interpretação que cada um empresta à obra. A interpretação é uma espécie de marca pessoal que torna a execução única e caracteriza o artista naquele momento. Neste caso, seria correto dizer que o maestro "toca a orquestra", isto é, ele unifica o conjunto dos intérpretes em uma única expressão, aquela que ele entende como a mais adequada ao contexto.

Resposta 2: o "pauzinho", empregado algumas vezes pelo maestro, cuja utilização não é obrigatória, chama-se batuta e tem sua origem remota nos rolos de partitura com que o regente marcava o tempo da música para todos os membros das antigas orquestras. Esta primeira versão de maestro tinha também a responsabilidade de tocar ao cravo, ou ao órgão, o acompanhamento da música. Assim, ele tinha que usar a mão esquerda para tocar enquanto regia com a direita, numa performance bastante desconfortável. Para resolver este problema, e também por causa da complexidade crescente da tarefa de dirigir uma execução à medida que as músicas foram se tornando mais ricas e expressivas, o regente ganhou uma função especializada que o destaca do grupo de intérpretes. Já a batuta, que é uma espécie de extensão da ponta de seus dedos, diminuiu em tamanho, mas, ganhou um forte significado: mais do que um objeto, a batuta é um símbolo da função, da responsabilidade e do poder que o maestro tem sobre a orquestra ou coral.

Resposta 3: conceber uma interpretação para um repertório musical de várias horas, ser capaz de comunicar suas intenções com autoridade ao grupo de músicos e concentrar-se a ponto de antecipar todas as entradas individuais dos executantes, são apenas algumas das habilidades exigidas de um bom maestro. Para tanto, ser maestro requer anos de estudo, dedicação, bom preparo físico e mental, audição acurada e personalidade carismática, o que não é exatamente muito comum. Afinal, o grupo não só responde de acordo com sua capacidade técnica, mas também, conforme o respeito com que acolhe a autoridade do regente. Num curso regular superior são necessários de cinco a seis anos para formar um regente, tempo para alguém se formar como médico. Assim, o ingresso em um curso de Composição e Regência, normalmente as duas áreas estão ligadas, já pressupõe uma sólida formação musical prévia.

Por outro lado, embora vários maestros sejam bons instrumentistas e compositores, a proficiência em tocar e compor não é um pré-requisito para uma atuação competente. As funções de um regente são especializadas e requerem habilidades específicas, dominadas com dificuldade por um único artista.

Voltemos à proposta acima por mim entre o papel do empresário e do maestro.

Sem um profissional competente, dotado de eficiência e entendedor de suas ações, não tem como a orquestra tocar e, tampouco, uma empresa crescer, ser eficiente e eficaz no que faz.

Convido a todos para que – nesta semana busquem o melhor de seus músicos”, a fim de que JUNTOS possam executar a mais bela obra. A sinfonia de proporcionar crescimento em nosso país e de proporcionar que pessoas comuns façam coisas magníficas inspiradas em você, MAESTRO/EMPRESÁRIO.